Sem querer escolhi um dia de chuva e por isso estive lá pouco tempo mas hei-de voltar brevemente, até porque as entradas são gratuitas ao Domingo, para os munícipes.
O Palácio da Pena foi uma das melhores expressões do romantismo do séc XIX em tudo o Mundo e foi o primeiro palácio neste estilo na Europa mas começou por ser uma capela para a invocação da Sra. da Pena durante o reinado de João II de Portugal.
No séc XVI D. Manuel, para cumprir uma promessa, ordenou a sua construção de raiz e doou-a a uma ordem, determinando a construção de um convento de madeira, que mais tarde foi substituído por um edifico de cantaria.
No séx XVIII um raio destruiu a torre, capela e sacristia e os danos aumentaram com o terramoto de 1755, o que deixou o convento em ruínas. No Séx XIX a paisagem e as ruínas do convento maravilharam o rei-consorte Fernando II, que em 1838 adquire o convento, o Castelo dos Mouros, quintas e matas circundantes.
Começou o restauro do antigo convento, que iria funcionar como palácio de Verão e acabou em 1847. Muitos dos detalhes a nível de construção e decoração ficaram a dever-se ao ecléctico e exótico temperamento romântico do próprio monarca que, a par de arcos ogivais, torres de sugestão medieval e elementos de inspiração árabe, desenhou e fez reproduzir, na fachada norte do Palácio, uma imitação do Capítulo do Convento de Cristo em Tomar.
D. Fernando morre e o palácio fica entregue á sua segunda esposa a Condessa de Edla. Como já se considerava o histórico do edifício um monumento, esta doação esteve envolta em polémica "obrigando" a condessa a entrar num acordo de compra por parte de Luís de Portugal em 1889, em nome do Estado. A condessa reservou para si o chalé da condessa onde continuou a residir.
Durante o reinado de Carlos de Portugal (sendo já o palácio património nacional integrado na Coroa) a Família Real ocupou com frequência o palácio, que se tornou na residência favorita da Rainha D, Amélia, que se ocupou da decoração dos aposentos íntimos.
Após o regicídio, a Rainha D. Amélia retirou-se ainda mais para o Palácio da Pena, onde frequentemente recebia a visita do filho, Manuel II.
Quando rebentou a revolta de 4 de Outubro de 1910, D. Amélia aguardou aqui o evoluir da situação, chegando com a sua comitiva a subir aos terraços para observar sinais dos combates em Lisboa. O Palácio da Pena foi onde passou a última noite em Portugal antes da queda da Monarquia. No dia seguinte, conhecido o triunfo da República, partiu para Mafra, ao encontro do filho e da sogra e juntos partiriam para o exílio.
Com a Implantação da República Portuguesa o palácio foi convertido em museu. Em 1945, a rainha D. Amélia, de visita a Portugal, voltou ao Palácio da Pena, onde pediu para estar sozinha durante alguns minutos: era o seu palácio predilecto.
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