A Praça da Paz Celestial é das 3 maiores no Mundo. Foi concebida pelo governo comunista em 1949 como símbolo da Nova China e para albergar actos políticos de enorme envergadura.
Estar nesta praça é imediatamente visualizar outros acontecimentos e outro mundo. Vê-se o massacre e em milésimos de segundos vê-se um resumo da história da China.
Outro Mundo abriu-nos as portas, deixou-nos entrar e nós aceitámos.
Estar nesta praça é estar num sitio extremamente bem guardado cheio de policias e câmaras de filmar. Dar um passo em frente na Praça em direcção á Cidade Proibida é ter de consentir em ser revistado e permitir que as malas passem pelo raio X. Ninguém entra sem passar por este escrutínio.
Tive a sorte de encontrar a Praça praticamente vazia, não só pela hora mas também pela altura em que a visitei. O maior número de turistas que vi foi sem duvida chineses, eles passeiam muito dentro do seu próprio país por vários motivos e como são muitos parecem as nossas escolas com bonés de várias cores para melhor se puderem identificar os grupos.
Os turistas ocidentais, acompanhados de guias, seguem a regra da bandeirinha com determinada cor. Os guias chineses adoptam nomes ocidentais porque não conseguimos pronunciar ou lembrar-mo-nos dos nomes deles. A nossa tinha um nome que suava a Branca pelo que se denominou de Blanca (de Neve) e foi a única que decorrei.
O render da guarda é um exercício de alguma paciência e muito meticuloso. Existem espelhos para eles ensaiarem os movimentos.
Ainda estamos na Praça da Paz Celestial, já passámos a revista e estamos á porta da Cidade Proibida.
Entrar na Cidade Proibida Púrpura é entrar no Mundo do faz de conta de histórias de encantar com príncipes, princesas, eunucos, escravos e guerras palaciais e lá nisso a nossa guia foi espectacular porque passou a visita a contar histórias que atravessaram todas a dinastias e foi até aos nossos dias, onde a restauração com técnicas antigas está a ser combinada com a tecnologia moderna e não é aprovada por muitos porque os tons que estão a ser aplicados, nas cores, não correspondem á realidade na altura da construção mas sim aos tons aplicados nos filmes.
Esta cidade foi o Palácio Imperial durante 5 séculos, era o centro politico do governo chinês. Só era permitida a entrada do imperador, da sua família e empregados com autorização especial. Qualquer outra pessoa que tentasse passar as suas muralhas, sem permissão, era automaticamente executada.
Destas 9.999 divisões, que fazem dele o maior palácio do mundo, saíram as ordens que comandaram o império mais populoso da Terra. Este Património Mundial da Humanidade com cerca de, actualmente, quase 1000 edifícios é o maior conjunto de extruturas de madeira do Mundo.
Com a queda do Ultimo Imperador em 1912 (Puyi - cujo filme todos conhecemos e cuja descendêmcia ainda hoje vive na China), a cidade Proibida perde o estatuto de capital do Império Chinês e é aberta ao público em 1925.
Segundo um acordo assinado com novo governo da República da China e apesar de alguma controvérsia, Puyi e a sua família mantiveram o uso do Pátio Interior. A controvérsia aumentou quando Puyi ordenou uma auditoria às colecções do palácio porque foi-lhe dito que os eunucos estavam a levar coisas do palácio e a vendê-las. Antes da auditoria começar, um incêndio consumiu os jardins do "Palácio da Prosperidade Estabelecida".
Com a ofensiva japonesa, em 1931, são retirados do palácio milhares de caixas contendo objectos da Cidade Proibida. No final da Segunda Guerra Mundial os artefactos foram levados para Nanjing e Pequim. Em 1947 foi ordenado que os artefactos fossem levados para Taiwan. Nenhuma peça saiu de Pequim mas de Nanjing sairam muitas colecçãoes que ainda hoje permanecem em Taiwan.
Os chineses, são muito ciosos da sua história e de tudo o que a envolve e apesar de não ser conhecimento público eles tem vindo a reclamar pedaços da história que lhes foram roubados por diversos invasores ao longo dos séculos e guardam mágoa em relação á não devolução do que consideram deles.
Actualmente e após várias transformações, destruições e saques não se pode construir ao lado da Cidade Proibida e está a ser feito um enorme esforço para reparar e restaurar todos os edifícios devolvendo-os ao ano de 1912.
O amarelo era a cor do Imperador e não podia ser usada por mais ninguém.
O preto está associado á água.
O verde com o crescimento.
As galerias dos pátios interiores e exteriores são em grupos de 3 formando um trigrama que representa o Céu. As residências do Pátio Interior são em grupos de 6 que representa a Terra.
Os 3 ou 5 leões/estatuetas nos telhados dos edifícios significam que o edifício é secundário. A Galeria da Suprema Harmonia tem 10 e era o único edifício nos tempos imperiais a ter tal permissão, pelo que não o vai encontrar noutro local.
Os pilares mais importantes das galerias foram feitos com madeira das selvas do sudoeste chinês.
Para se transportar as pedras grandes houve a necessidade de escavar cavidades ao longo do caminho que depois de gelada como meio de transporte porque as pedras deslizavam.
Cada lote dos pisos das galerias demorou meses a cozer para que o seu som fosse metálico. Em muitos locais já não é permitida a entrada aos turistas porque os pavimentos ainda são os originais, têm 5 séculos.
O Palácio Museu tem cerca de 320.000 peças de porcelana da colecção imperial, o resto está noutros locais; tem quase 50.000 pinturas que não representam a totalidade do espólio porque uma parte delas perdeu-se e depois da abdicação, Puyi, retirou algumas do palácio que estão perdidas ou foram destruídas; tem 10.000 peças de bronze onde uma grande parte são cerimoniais da Corte Imperial; tem 30.000 peças de Jade, grande parte da colecção imperial. As primeiras peças são do período neolítico; tem coisas usadas pela Família Imperial e pelo palácio na vida quotidiana, elementos cerimoniais e burocráticos.
Já disse que é tudo feito à mão???
Ponha a mão no leão e peça um desejo - dá sorte.
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