quarta-feira, 31 de outubro de 2012
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Reguengos de Monsaraz
Passei por lá a caminho de um sitio qualquer. Foi mesmo uma visita de "médico" portanto não posso nem aconselhar nem desaconselhar porque não conheci, só vi de passagem.
Historicamente pude apurar, com alguma dificuldade, no site da Câmara Municipal que a zona de Monsaraz tem uma grande concentração de monumentos megalíticos, mais tarde foi romanizada e sucessivamente ocupada por visigodos, árabes, moçárabes e judeus, até ser definitivamente cristianizada no séc. XIII.
No séc VIII é dominada pelo Islão mas em 1167 foi conquistada por Geraldo Sem Pavor. Em 1173, com a derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz, Monsaraz cai de novo para o domínio dos almóadas.
Finalmente em 1232, auxiliado pelos templários, D. Sancho II reconquista-a definitivamente e doa-a á Ordem do Templo que a defende e repovoa. Em 1385 é invadida pelas tropas do rei castelhano D. João mas é resgatada por D. Nuno Álvares Pereira que a doa ao seu neto D. Fernando e Monsaraz passa a fazer parte da Casa de Bragança.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Templo do Buda de Jade
O templo do Buda de Jade é o templo mais importante de Xangai e foi construído em 1882.
No seu interior ainda se realizam imensas cerimónias religiosas, desde as mais comuns em honra dos mortos solicitadas pelas famílias até ás mais complexas de acordo com o calendário Budista.
A sua construção deveu-se á necessidade acomodar 2 estátuas Buda em Jade Branco que foram trazidas da Birmânia e que são a principal atracção do templo. Uma representa o Buda a entrar no Nirvana, a outra é um Buda sentado com mais de 2 metros e com inscrições de pedras preciosas
Tem a clássica disposição de um templo budista com os 4 guardiões á entrada e ao fundo do salão o Buda de Jade.O outro Buda está noutra sala.
Sofreu cerca de 3 restaurações ao longo dos tempos mas tem a particularidade de não ter sofrido qualquer dano durante os ataques dos Guardas Vermelhos na Revolução Cultural porque os monges colocaram a imagem de Mao á entrada do templo.
Os sinos e as esculturas dos telhados templo servem para afugentar os maus espíritos O interior tem um decoração simplesmente deslumbrante baseada em faixas de seda vermelhas e amarelas penduradas no tecto e com inscrições.
Aqui assisti ao primeiro ritual budista de um filho a homenagear o pai, já falecido. Por respeito ás indicações e contrariamente ao que muita gente estava a falar mantive-mo-nos calados e não fotografamos.
No seu interior ainda se realizam imensas cerimónias religiosas, desde as mais comuns em honra dos mortos solicitadas pelas famílias até ás mais complexas de acordo com o calendário Budista.
A sua construção deveu-se á necessidade acomodar 2 estátuas Buda em Jade Branco que foram trazidas da Birmânia e que são a principal atracção do templo. Uma representa o Buda a entrar no Nirvana, a outra é um Buda sentado com mais de 2 metros e com inscrições de pedras preciosas
Tem a clássica disposição de um templo budista com os 4 guardiões á entrada e ao fundo do salão o Buda de Jade.O outro Buda está noutra sala.
Sofreu cerca de 3 restaurações ao longo dos tempos mas tem a particularidade de não ter sofrido qualquer dano durante os ataques dos Guardas Vermelhos na Revolução Cultural porque os monges colocaram a imagem de Mao á entrada do templo.
Os sinos e as esculturas dos telhados templo servem para afugentar os maus espíritos O interior tem um decoração simplesmente deslumbrante baseada em faixas de seda vermelhas e amarelas penduradas no tecto e com inscrições.
Aqui assisti ao primeiro ritual budista de um filho a homenagear o pai, já falecido. Por respeito ás indicações e contrariamente ao que muita gente estava a falar mantive-mo-nos calados e não fotografamos.
Jardim Yuyuan
É um dos jardins mais famosos da China, a norte da cidade e perto da antiga muralha.
Foi desenhado entre os anos 1559 e 1577, na dinastia Ming. Um oficial do governo, de nome Pan Yunduan decidiu construí-lo á imagem e semelhança dos jardins imperiais porque queria que os seus pais se mudassem para a capital mas eram velhos e precisavam de tranquilidade. O nome do jardim provem desse motivo já que YU significa saúde e tranquilidade.
Com a morte do oficial e a falência da família Yunduan, o jardim caiu no esquecimento até que em 1760 foi comprado por um grupo de empresários.
No inicio do séc XX as autoridades transformaram parte do jardim num bazar e em 1957 começou a recuperação que envolveu toda a zona em redor do jardim, também construída durante a dinastia Ming. O parque tem cerca de 2 hectares e elementos básicos da jardinagem chinesa combinando os lagos, com os pavilhões e vários tipos de vegetação.
Talvez já não transmita a tranquilidade tão desejada devido ao imenso número de turistas mas estar lá e olhar todo o espaço em redor deixa logo o nosso coração mais pacifico. Não sei, talvez o sentimento seja intemporal neste local.
Mas o bazar é uma loucura, fomos avisados para não comprar lá nada, pelo nosso guia (que ainda não tínhamos despachado) mas o aviso caiu em saco roto e toca de começar as compras. Foi uma loucura porque as coisas eram realmente baratas e algumas até de bastante boa qualidade - ficámos sem perceber a atitude do guia.
Foi aqui que finalmente consegui encontrar as máscaras da ópera chinesa que eu tanto procurava, ainda trouxe 6 agora tenho lá ir buscar as outras :)
Aqui pode-se mandar escrever o nosso nome em chinês, é muito giro mas eu não comprei porque achei caro e porque já sabia que o meu nome não tem tradução para chinês, eles escrevem-no de acordo com o som que ouvem e cada um pode ouvir de maneira diferente consoante a entoação etc e por consequência escreve-lo também.
A Cidade
É a maior cidade da China e uma das maiores áreas metropolitanas do mundo, com mais de 20 milhões de habitantes. De salientar que o governo de Xangai administra quase todos os interesses económicos da cidade sem interferência de Pequim.
Xangai que era originalmente uma vila económica baseada na pesca e no sector têxtil cresceu no século XIX por causa da localização favorável do seu porto e devido a um tratado que a transformou numa das cidades abertas ao comércio exterior em 1842.
Essa abertura transformou-a num centro de comércio entre o oriente e o ocidente e tornou-a num centro multinacional de finanças e negócios na década de 1930. Essa influência internacional diminuiu com a influência do Partido Comunista do continente em 1949.
As reformas económicas introduzidas por Deng Xiaoping em 1990 resultaram num intenso desenvolvimento da cidade e em 2005 Xangai tornou-se o maior porto de carga do mundo. É o maior centro comercial e financeiro na China e tem sido descrita como o grande exemplo da força da economia chinesa. Os investimentos públicos em meio ambiente têm tido um grande crescimento na cidade,inclusive na consciencialização dos seus residentes.
Passear nesta cidade grande e imensa tem tanto de assustador como de fácil. As informações também estão em inglês o que torna tudo fácil mas os perigos de atravessar uma estrada, onde as passadeiras servem só para enfeitar tornam a coisa assustadora. O trânsito é imenso e há imensas pessoas, milhares de chineses mas também milhares de ocidentais, portanto se tiver dúvidas faça como nós - pare e pergunte.
Nas margens do rio podes comprar de tudo, os vendedores mal vêem turistas cercam-nos tentando a sua sorte mas esta situação acompanha-nos também no outro lado, na parte nova da cidade com os seus arranha céus.
Aqui vê-se o que até agora era impensável, somos abordados por crianças a pedir e são muitas, existem mulheres que no meio de uma qualquer rua abordam os nossos homens e chama-lhes maridos. Não, a cidade não é um antro de prostituição e pedintes mas existem muitos e com abordagens que nunca tínhamos visto e que não esperávamos encontrar principalmente num país com regras tão rígidas, mas Xangai é diferente.
Andar de metro é muito barato, quase dado. O bilhete que se tira nas máquinas é "engolido" á saída por uma máquina que nos abre a porta, esse bilhete será mais tarde utilizado por outro utilizador do metro depois de reintroduzido na máquina de compra por um funcionário. O metro é tão grande, tem tantas linhas e tem tanta gente que existe uma barreira, que nos separa da linha do metro e só abre após a chegada do mesmo que pára exactamente naquele local (não há espaço para erros).
Os túneis que dão acesso ás várias linhas e estações são autênticos labirintos para um ocidental desprevenido porque vai andando encantado a ver as montras. Existem autênticos centros comercias labirinticos aqui em baixo, é um mundo subterrâneo dentro de outro mundo.
Aliás, é normal os centros comerciais terem vários andares para cima e outros tantos para baixo e os que vão a descer não são estacionamento, são lojas. Podesse escolher entre o centro comercial ocidentalizado com lojas das nossas marcas ou os de produtos chineses e/ou produtos contrafeitos. Um dos centros que visitámos era normal nos andares superiores mas era só de material electrónico nos andares inferiores, não tinha lojas mas tinha centenas de bancadas com milhares de chineses a comprar e vender. Quanto mais desciamos de pisos mais material contrafeito encontrávamos.
Andar num qualquer centro comercial pode ser uma aventura. Agarre-se bem ao seu companheiro ou aventura-se a perder-se naquele mar de gente. Tem tanta gente lá dentro como na rua.
Por esta altura já tínhamos deixado o guia para trás, dispensámos os seus serviços. Estávamos no fim da viagem e cansados de ter sempre alguém a nos mandar para a direita ou para a esquerda.
Fomos andar no Bund Sightseeing Tunnel e experimentar uma viagem completamente psicadélica, é como andar num pequeno comboio num tunel cheio de luzes de várias cores em movimento como podem ver aqui.
O objectivo era chegar a outra margem para experimentarmos o Transrapid, um comboio que pode atingir a velocidade de 350km/h (nós atingimos os 300) em 2 minutos. O comboio vai desde a estação de Longyang Road e o Aeroporto e com um percurso somente de 30 km mal tínhamos começado e a viagem e ela já tinha acabado de forma "lenta", silenciosa e suave.
Só não gostámos muito de estar em Xian mas adoraríamos voltar para conhecer melhor Pequim e Xangai.
A Muralha
Xian foi capital da China nas dinastias: Chin (255 a 206 a.C.), Han (202 a.C. a 25 d.C.) e Tang (618 a 907). É conhecida pelo local onde existem o Exercito de Terracota e tem mais de 3000 anos de história.
Não tem o glamour de Pequim e mesmo tendo ficado bem instalados no Sheraton não saímos á noite porque nos assustamos com a ambiente envolvente. Fomos aliás alertados para a tendência local para o furto.
A Muralha rodeia a parte antiga da cidade, tem 14 quilómetros e uma altura de 12 metros, grossura de 18 metros de baixo e 15 de cima tornando-a muito estável. Fora da muralha construiu-se um fosso cercando a cidade.
Foi construída na dinastia Ming entre 1370 e 1378 a partir da muralha da dinastia Sui e Tang do século 6. A sua maior parte é percorrida pelo passeio de pedra, a melhor ideia será dar a volta completa mas não o fizemos.
Do cimo da muralha com as torres de vigia , várias construções defensivas e as 4 portas que representam os 4 pontos cardeais tem-se uma magnifica vista da cidade.
Pagode do Ganso Selvagem
Foi construído no ano 652 Durante a Dinastia Tang para guardar sutras (escrituras canónicas que são tratadas como registos dos ensinamentos orais de Buda Gautama) e figurinhas de Buda. Tem 64 metros de altura.
Como estava fechado não foi possível confirmar a vista que dizem que tem sobre a cidade de Xian.
Num Bairro Milenar
Depois de muito insistir-mos lá fomos andar de riquexó mas tirem daí as ilusões. Andar de riquexó já não significa ter um chinês com um chapéu cónico a puxar-nos, andar de riquexó é andar numa pequena carroça metálica puxada por um chinês de bicicleta. Estes deviam de fazer parte de alguma "empresa" ou do Estado porque estavam todos com um colete amarelo e vermelho.
E assim lá fomos nós passear por um bairro antigo de Pequim onde moram as pessoas de classe baixa e muito baixa. As casas milenares não têm casa de banho pelo que foi construída uma casa de banho pública. Têm lojas próprias com preços mais acessíveis a esta classe e com outros produtos. As casas são quase barracas mas de um tipo de argamassa em ruas limpas e labirinticas.
Este é o mercado dos pobres onde tudo é comprado ao peso. Os peixes e outros animais marítimos estão em aquários, são comprados vivos e mortos na altura. O pão, massas, etc é feita no local e vendido na quantidade pedida pelo freguês.
O Sr. que está na foto é um fiscal contrato pelo governo, existem alguns nestes mercados com o intuito de controlar se os vendedores não enganam os clientes, principalmente nas pesagens e controlam-lhes as balanças.
Esta é uma casa com mais de 2 mil anos e situada no bairro que visitámos. Fomos convidados a visita-la (é claro que depois da-se uma gorjeta) pelo proprietário. Esta casa sempre pertenceu a esta família e está em vias de ser destruída. Descobrimos que o governo chinês prepara-se para destruir os bairros antigos, pelo menos de Pequim, porque o preço dos terrenos é muito elevado e estes bairros velhos não são lucrativos - foi um choque muito grande e reside a esperança de que as forças contrárias consigam mantê-los mas tudo indica para que não consigam.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Alcobaça é a primeira obra completamente gótica em Portugal. A sua construção começou em 1178 pelos monges de Cister que em 1834 foram obrigados a abandonar o mosteiro, na sequência da expulsão de todas as ordens religiosas de Portugal.
Os religiosos de Cister deviam viver do seu trabalho, não acumular riquezas, e os mosteiros seriam edificados em lugares ermos, sem qualquer decoração. Bernardo de Claraval, que se recolhera em 1112 em Cister, donde saiu para fundar outra abadia animou bastante esta reforma que restituiu à Regra de S. Bento com todo o rigor inicial. Enquanto D. Afonso Henriques se empenhava na Reconquista, chegaram ao território português os monges Cistercienses que fundaram o Mosteiro de São João Baptista de Tarouca em 1140.
D. Afonso Henriques doou muitas terras na região de Alcobaça a S. Bernardo, em cumprimento da promessa feita, em 1147, quando da conquista de Santarém. A construção provisória do mosteiro em Alcobaça começa em 1152 e a carta de doação foi assinada por D. Afonso Henriques no ano seguinte.
Os primeiros monges de Alcobaça, monges brancos, tiveram uma acção civilizadora notável: em 1269 abrem a primeira escola pública. Também desempenharam acções de assistência e beneficência através da boticária a farmácia, e da esmola da portaria.
A Igreja é uma das maiores abadias cistercienses. A sua arquitectura é um reflexo da regra beneditina da procura da modéstia, da humildade, do isolamento do mundo e do serviço a Deus. Os cistercienses partilhavam estas ideias, ornamentando e construindo a estrutura das suas igrejas de forma simples e poupada. Apesar da sua enorme dimensão, o edifício apenas sobressai através dos seus elementos de estrutura necessárias que se dirigem ao céu.
A concepção arquitectónica deste monumento, desprovida de decoração e sem imagens, como ordenava a Ordem de Cister, apresenta uma grandiosidade e beleza indiscutíveis. As naves central e laterais são inteiramente abobadadas, praticamente da mesma altura, dão a sensação de amplo espaço, a que o processo de iluminação, românico ainda, dá pouca luz e o torna maior.
O monumento tem sido sempre encarado como uma excepção no quadro do modo gótico produzido em Portugal como uma peça única e experimental sem antecedentes nem descendentes
Dentro da igreja encontram-se os túmulos dos Reis D. Afonso II (1185-1223) e de D. Afonso III (1210-1279). Diante destes túmulos, numa sala lateral, posicionam-se oito outros túmulos: D. Beatriz, mulher de D. Afonso III, e três dos seus filhos. Um outro sarcófago pertence a D. Urraca, a primeira mulher de D. Afonso II. Não se conhece a história dos outros sarcófagos estando estes, vazios após terem sido novamente selados entre 1996 e 2000.
Os túmulos de D. Pedro I (1320-1367), com o cognome O Terrível ou também O Justo, e o de D. Inês de Castro (1320-1355), ainda hoje atribuem um grande significado e esplendor à igreja. Os túmulos pertencem a uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média. Quando subiu ao trono, D. Pedro I tinha dado ordem de construção destes túmulos para que lá fosse enterrado o seu grande amor, D. Inês, que tinha sido cruelmente assassinada pelo pai de D. Pedro I, D. Afonso IV (1291-1357). Este pretendia, também, ser ele próprio ali enterrado após a sua morte. As cenas, pouco elucidativas, representadas nos túmulos, ilustram cenas da História de Portugal, são de origem bíblica ou recorrem simplesmente a fábulas.
D. Pedro I casou em 1336, em segundas núpcias, com D. Constança Manuel (1318-1345), uma princesa castelhana. Devido a várias guerras entre Portugal e Castela, D. Constança só chegou a Portugal em 1339. No seu séquito, ela trazia a camareira Inês de Castro, que provinha de uma antiga e poderosa família nobre galega. D. Pedro I apaixonou-se por ela.
Em 1345, D. Constança morrera catorze dias após o parto do seu filho sobrevivente, D. Fernando I. D. Pedro I passou a viver publicamente com D. Inês, nascendo desta relação três filhos. O pai de D. Pedro I, D Afonso IV, não aceitou esta relação, combatendo-a e, em 1355, condenou D. Inês à morte por alta traição.
Após subir ao trono, D. Pedro I vingou a morte da sua amada (afirmando ter-se casado com ela em segredo no ano de 1354) e decretou que se honrasse D. Inês como rainha de Portugal. Quando em 1361 os sarcófagos estavam prontos, D. Pedro I mandou colocá-los na parte sul do transepto da igreja de Alcobaça e trasladar os restos mortais de D. Inês de Coimbra para Alcobaça, sob o olhar da maior parte da nobreza e da população. No seu testamento, D. Pedro I determinou ser enterrado no outro sarcófago de forma a que, quando o casal ressuscitasse no dia do Juízo Final, se olhassem nos olhos (de acordo com as fontes, só existiria o pedido de ser lida diariamente uma missa junto aos seus túmulos).
No dia 1 de Agosto de 1569, o rei D. Sebastião I (1554-1578), cujo tio era o cardeal D. Henrique, abade de Alcobaça, mandou abrir os túmulos. De acordo com os relatos de dois monges presentes, enquanto os túmulos eram abertos, o rei recitava textos alusivos ao amor de D. Pedro e de D. Inês.
Durante a Invasão Francesa do ano de 1810 os dois túmulos não só foram danificados de forma irreparável, como ainda foram profanados pelos soldados. O corpo embalsamado de D. Pedro foi retirado do caixão e envolvido num pano de cor púrpura, enquanto a cabeça de D. Inês, que ainda continha cabelo louro, foi atirado para a sala ao lado, para junto dos outros sarcófagos Os monges reuniram posteriormente os elementos dos túmulos e voltaram a selá-los.
A Sala do Capítulo servia às assembleias dos monges e era, depois da igreja, a sala mais importante do Mosteiro. O seu nome deve-se às leituras que eram feitas a partir dos capítulos das regras beneditinas. Por outro lado, essa sala era o lugar das votações e de outros actos semelhantes feitos pelos monges.
Antigamente, o chão desta sala estava todo ele coberto por estas placas funerárias pois, de acordo com uma regra cisterciense do ano de 1180, os abades deviam ser enterrados na Sala do Capítulo. Assim, os monges eram obrigados a tomar as suas decisões em cima dos túmulos de abades falecidos. Este género de enterro era uma grande excepção dentro da ordem cisterciense pois, normalmente, os enterros estavam proibidos dentro dos mosteiros.
No Parlatório os monges estavam autorizados a falar com um representante do abade. Por princípio, os monges estavam obrigados ao silêncio, com excepção da reza, e só se podiam transmitir informações muito necessárias. Por esse motivo, muitos utilizavam uma linguagem gestual.
De acordo com as regras cistercienses antigas, a carne e as matérias gordas estavam proibidas aos monges. Abria-se uma excepção no caso de doença, podendo os monges comer carne na enfermaria. No ano de 1666, o Papa Alexandre VII autorizou o consumo de carne três vezes por semana. Esta autorização desencadeou uma mudança radical nos costumes dos monges, estando a sua pequena cozinha, tecnicamente, impreparada.
No Refeitório por cima da entrada encontra-se uma inscrição em latim:
"respicte quia peccata populi comeditis" (lembrem-se que estão a comer os pecados do povo).
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Palácio da Pena - Sintra
Sem querer escolhi um dia de chuva e por isso estive lá pouco tempo mas hei-de voltar brevemente, até porque as entradas são gratuitas ao Domingo, para os munícipes.
O Palácio da Pena foi uma das melhores expressões do romantismo do séc XIX em tudo o Mundo e foi o primeiro palácio neste estilo na Europa mas começou por ser uma capela para a invocação da Sra. da Pena durante o reinado de João II de Portugal.
No séc XVI D. Manuel, para cumprir uma promessa, ordenou a sua construção de raiz e doou-a a uma ordem, determinando a construção de um convento de madeira, que mais tarde foi substituído por um edifico de cantaria.
No séx XVIII um raio destruiu a torre, capela e sacristia e os danos aumentaram com o terramoto de 1755, o que deixou o convento em ruínas. No Séx XIX a paisagem e as ruínas do convento maravilharam o rei-consorte Fernando II, que em 1838 adquire o convento, o Castelo dos Mouros, quintas e matas circundantes.
Começou o restauro do antigo convento, que iria funcionar como palácio de Verão e acabou em 1847. Muitos dos detalhes a nível de construção e decoração ficaram a dever-se ao ecléctico e exótico temperamento romântico do próprio monarca que, a par de arcos ogivais, torres de sugestão medieval e elementos de inspiração árabe, desenhou e fez reproduzir, na fachada norte do Palácio, uma imitação do Capítulo do Convento de Cristo em Tomar.
D. Fernando morre e o palácio fica entregue á sua segunda esposa a Condessa de Edla. Como já se considerava o histórico do edifício um monumento, esta doação esteve envolta em polémica "obrigando" a condessa a entrar num acordo de compra por parte de Luís de Portugal em 1889, em nome do Estado. A condessa reservou para si o chalé da condessa onde continuou a residir.
Durante o reinado de Carlos de Portugal (sendo já o palácio património nacional integrado na Coroa) a Família Real ocupou com frequência o palácio, que se tornou na residência favorita da Rainha D, Amélia, que se ocupou da decoração dos aposentos íntimos.
Após o regicídio, a Rainha D. Amélia retirou-se ainda mais para o Palácio da Pena, onde frequentemente recebia a visita do filho, Manuel II.
Quando rebentou a revolta de 4 de Outubro de 1910, D. Amélia aguardou aqui o evoluir da situação, chegando com a sua comitiva a subir aos terraços para observar sinais dos combates em Lisboa. O Palácio da Pena foi onde passou a última noite em Portugal antes da queda da Monarquia. No dia seguinte, conhecido o triunfo da República, partiu para Mafra, ao encontro do filho e da sogra e juntos partiriam para o exílio.
Com a Implantação da República Portuguesa o palácio foi convertido em museu. Em 1945, a rainha D. Amélia, de visita a Portugal, voltou ao Palácio da Pena, onde pediu para estar sozinha durante alguns minutos: era o seu palácio predilecto.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Galerias Romanas da Rua da Prata
Com um guia e entrada livre convém chegar cedo. Eu estava lá ás 6h30m e fui a 2ª na fila. Após as 7h da manhã as pessoas começaram a chegar em maior número e quando as grutas abriram, ás 9h30m, a fila perdia-se de vista.
Foi bom ter entrado logo no primeiro grupo porque como as grutas são pequenas e entra um grupo de 25 pessoas de cada vez, quando íamos a sair, o espaço para diversão e fotos começava a ficar escasso devido aos grupos que estavam a entrar. O chato foi terem-nos chamado a atenção porque além de pequeno, aquilo faz eco, e nós estávamos na brincadeira a rir e falar "alto".
Construídas há cerca de dois mil anos as Galerias Romanas foram pela primeira vez identificadas e descritas durante a reconstrução de Lisboa, na sequência do grande terramoto de 1755.
Só é possível visitar a estrutura uma vez por ano já que as águas que chegam à construção, que são sobretudo subterrâneas e maior parte delas vindas de uma fenda que envolve a galeria, inundam esta solução de engenharia romana. O buraco que existe no meio da estrada é aberto, os bombeiros bombeiam a água e as pessoas podem descer as estreitas escadas para descobrir grutas e corredores estreitos.
Tudo indica tratar-se de um criptopórtico - construções abobadadas empregues com alguma frequência pelos romanos em terrenos instáveis ou de topografia irregular para criar uma plataforma de suporte a outras edificações, normalmente públicas.
Julga-se que o criptopórtico de Lisboa, do tamanho de um quarteirão, sustentaria um edifício público. O que se sabe é que, há dois mil anos, a Baixa de Olisipo era um porto com zona comercial e fabril, dedicada ao azeite e conservação de peixe.
No Rossio, situava-se o circo romano e na Praça da Figueira a grande necrópole.
Museu dos Coches - Belém
Peca pela pobreza da exposição, pela falta de imagens, contextualização história aprofundada dos coches e pela acumulação de coches amontoados. O coche mais interessante que lá encontrei, era o mais simples e foi o do regicídio.
O Museu é muito fraco, pode ser que na sua futura na localização aconteça algum glamour que venha evidenciar as peças e o seu contexto na História de Portugal. Só o aconselho a visitar aos Domingos porque é gratuito.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Túmulos Imperiais da Dinastia Ming
Infelizmente só vimos uma pequena parte e mesmo muitooooo pequena. Penso que estes túmulos seriam dignos de uma visita com mais profundidade.
São o expoente máximo das técnicas de construção da Dinastia Ming (1368-1644), a sua localização foi cuidadosamente escolhida e para a sua construção foram seleccionados os materiais da melhor qualidade. A construção do primeiro túmulo iniciou-se em 1409.
As estruturas que constituem os túmulos Ming representam o expoente máximo em termos de edificações em toda a história chinesa, devido à delicadeza do desenho e à qualidade dos materiais utilizados.
Os túmulos localizam-se a norte de Pequim, e estendem-se num perímetro de 40 quilómetros, sendo a última morada de treze dos dezasseis imperadores Ming. Os treze túmulos Ming incluem os túmulos de Changling, com 600 anos, Xianling, Jingling, Yuling, Maoling, Tailing, Kangling, Yongling, Zhaoling, Dingling, Qingling, Deling, e, finalmente, o de Siling, com 350 anos.
Exército de Terracota
Estar perto de imagens com mais de 2000 anos é uma experiência inexplicável.
Isto era o que eu queria muito ver. Foi um sonho tornado realidade que me encheu o coração e fez com que valesse a pena as horas de voo e o cansaço. Esta visão paga toda a viagem e acreditem que lá dentro vivesse uma atmosfera descontraída mas de respeito. Sente-se a história a respirar nos poros, imagina-se as vidas, enfim, é uma viagem no tempo.
Estas imagens, tesouros e objectos artísticos foram enterradas perto do mausoléu do primeiro imperador (e com ele) da dinastia Qin em 210 AC e foram descobertas em 1974 por agricultores que escavavam um poço de água no monte Lishan, uma elevação de terra feita por mãos humanas. Juntamente com as imagens estavam uma réplica do mundo onde pedras preciosas representavam os astros, as pérolas os planetas e lagos de mercúrio os mares. A tumba ainda não foi devidamente explorada porque se teme que a erosão a possa danificar como já aconteceu a muitos tesouros por toda a China e aqui.
Este mausoléu pode ter demorado 38 anos a ser construído e necessitou de cerca de 700.000 trabalhadores em várias áreas. Foi construído para servir de palácio ou corte, está dividido em vários ambientes, estruturas e salas e cercado por uma muralha e vários portões. Seria protegido por um exército de soldados terracota mas aqui foram encontrados os restos mortais de artesãos e as suas ferramentas o que leva a pensar que foram enterrados ali para não revelarem as entradas e riquezas.
As escavações ainda decorrem, não só porque são muitos, mas também porque o material é frágil e de difícil preservação porque a terra era assada em fornos a baixas temperaturas. Após serem queimados eram cobertos com laca para aumentar a durabilidade e coloridas para aumentar o seu realismo.
Até agora foram descobertos cerca de 9000 soldados, arqueiros e oficiais em posses naturais, com armas reais como lanças, arcos, carruagens, etc..
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